Quando vai dando assim, depois das seis da noite, vou ficando tão triste. Ninguém mais liga perguntando como foi meu dia, se eu comi direito e se ainda estou fazendo regime. Eu nem saiu mais da aula pra atender ligação nenhuma. Na verdade eu nem vou mais a aula, tudo deixou de fazer sentido sem você por perto. E quando dá a bendita dez horas da noite então, eu nem sei dizer ao certo o que acontece, ou melhor, o que não acontece. Essa era a hora que você aparecia de surpresa pra me ver. A hora que você ligava pra saber se eu já estava em casa, se a aula foi boa e dá boa noite com um eu te amo no final. E sem dúvida a noite é o pior momento da minha vida desde que você se foi. Esse sempre foi nosso momento. Era quando eu deixava de ir à aula pra ficar com você. Era a hora do nosso amor, hora do lanche no Rico, hora de ver você, ter você. E quando vai dando assim, a hora de ir pra aula, a hora de ir pra casa, é a hora que eu mais desejo ter você. E é nessa hora que eu percebo que realmente acabou, que pena. E eu fico me perguntando: “até quando eu vou desejar não existir mais noite e não desejar mais você? Até quando?” (Aryelly Cabral)