Chorar não é fraqueza

 

Dia de chuva, frio, trovão e medo. Assistia TV e não sabia o que estava passando e chorei. Chorei porque essa é a única forma de colocar as coisas em ordens dentro de mim, ou não. Chorei porque ninguém entende o quanto é doloroso guardar todas as dores do mundo sem a ajuda de ninguém. E eu posso chorar sem medo de borrar a maquiagem e ficar feia, porque essa dor dentro de mim é feia e hoje eu não consegui esconder. Chorei porque não quero perder você, nós, mesmo que ‘nós’ exista apenas nas lembranças que insistem em me seguir. Chorei porque nem sempre o silêncio responde todas as perguntas. Chorei por medo de não ser o que você quer e por poder ser o que você quer e não ser o bastante. Chorei encolhida na cama pra vê se junto comigo a dor também diminuía. Chorei porque amar não dói, mas não ser amada machuca. E agora tá machucando tanto, tanto. Chorei desejando seu colo e que assim você pudesse vê meu lado criança escondido nessa capa de mulher feliz, independente, bem resolvida. Chorei por que ser todas essas mulheres não resolve nada em dias tristes. Chorei porque tenho medo que meus sonhos sejam apenas sonhos. Porque tenho uma vontade de receber amor todos os dias e ter mais amor pra dá. Chorei porque ninguém mais consegue me fazer rir da vida, das dores, dos medos, de tudo. Chorei por pena de pessoas que não sentem. Que reclamam da vida, mas na fazem nada pra vida ser mais bonita. Pessoas que não aceitam que crescer significa resolver problemas e possuir defeitos que nunca serão perfeitos. Chorei porque não ser perfeita dá uma tristeza. Mas chorei também porque ser perfeita não tem graça. Chorei porque hoje já não sei mais fazer piada da vida difícil. Chorei pra limpar a alma e descobrir que chorar não resolve nada e que chorar não é fraqueza. Que muitas vezes é necessário a gente passar pelos problemas fingindo que não há nada demais. Porque fingir ser feliz não trás felicidade, mas trás coragem de correr atrás. (Aryelly Cabral)