2 de abril de 2011

O que ainda resta

 
A gente nem se gosta como antes, mas tem medo de destruir o que ainda resta. Destruir aquela coisa gostosa de ligar quando se dormiu fora e dizer que sente saudade. Aquela coisinha de olhar roupas e imaginar a pessoa ali dentro. Ouvir uma musica e pensar que foi feita para vocês. Isso não é necessariamente amor. O amor é constituído por respeito, confiança, carinho e afeto, muito afeto. Quando alguns desses itens não existem mais, basicamente não resta mais nada. O amor é feito por vários andares, ele começa lindo, grande, onde a gente olha e se orgulha por ter algo tão grandioso. Mas como toda construção, quando não se cuida, ela vai se destruindo, virando ruína. Quando alguns dos sentimentos que formam o amor vão acabando, um por um dos andares vão caindo. Acaba restando só o térreo e fica tão difícil construir tudo de novo. Nos resta pouco, quase nada. Dificilmente aceitamos que o amor acabou. Ainda resta algo, mas vale à pena? Queremos mesmo construir tudo de novo? É preciso coragem pra construir de novo e mais coragem ainda pra ir embora e aceitar que acabou. O que ainda resta vai continuar, mas não nos garante que o amor volte. Que tudo volte a ser como antes. (Aryelly Cabral)

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